O NOSSO PROBLEMA É OUTRO: DISCUSSÕES SOBRE NEOLIBERALISMO, MULHERES E SUL GLOBAL

Resumo

O presente artigo, adentrando a filosofia jurídica, propõe-se a analisar de que forma o capitalismo e o discurso neoliberal impactaram em nossa formação geocultural e política enquanto latinos e latinas, envoltos em um cenário de racismo, escravidão, subalternidade e misoginia, bem como a implicação dessas questões em dias atuais com relação à preformação da figura de mulher “empoderada”. Com base nesse problema, buscou-se, primeiramente, (a) relacionar o capitalismo com a subalternidade, buscando entender a conexão umbilical que há entre a ascensão do capitalismo e a exploração de povos do sul global; ainda, (b) entender a disparidade entre o discurso feminista branco do norte global, no que tange a suas preocupações e sua tendência em falar em nome de “todas”, e a realidade de mulheres não-brancas e pobres que possuem vivências e problemas próprios e distintos; por fim, (c) salientar a realidade das mulheres brasileiras com o fim de demonstrar como, ainda hoje, reproduzimos um padrão racial e de gênero quanto aos corpos a serem usados e precarizados. Para realizar tal estudo, foram utilizados os métodos de abordagem dedutiva, e de procedimento a análise bibliográfica – para os objetivos “a”, “b” e “c” – e, ainda, a consulta de dados estatísticos para o objetivo “c”. Em conclusão, deduz-se que, enquanto mulheres latinas, o capitalismo e o neoliberalismo possuem peso e características diversas daquelas de países colonizadores e que, assim sendo, nossos problemas não são os mesmos do norte global, devendo ser estudados, analisados e compreendidos levando em consideração tais impasses.