A CIDADE E O CRIME: UMA RELEITURA DAS TEORIAS SOCIOLÓGICAS DA ESCOLA DE CHICAGO NAS ZONAS CRIMINÓGENAS DA CIDADE DO RECIFE

Resumo

Este trabalho de pesquisa teve por objeto o estudo das teorias ecológicas, desenvolvidas na Universidade de Chicago, no início do século XX. A cidade vivia, então, graves problemas sociais, sem precedentes em sua história, em razão de um intenso processo de industrialização, acompanhado por um acelerado crescimento populacional. As teorias sociológicas produzidas por Robert Park e Ernest Burgess abordam, minuciosamente, a relação entre o espaço urbano e a criminalidade, investigando suas causas e sua distribuição físico-espacial. Precursores do estudo da cidade e de sua interação com os indivíduos, deslindam os aspectos mais cruéis da vida urbana que faz surgir uma sociedade criminógena. A teoria da ecologia criminal forneceu o arcabouço teórico necessário para que inúmeros estudos fossem realizados. A relevância do tema para a moderna Criminologia e a sua atualidade sugerem uma releitura dessas teorias, com o propósito de enfrentar a questão acerca da possibilidade de a teoria da ecologia humana e das zonas concêntricas explicarem o fenômeno da criminalidade na cidade do Recife. Para tanto, foi utilizando o método hipotético-dedutivo e dialético na pesquisa que teve como objetivo a análise da distribuição da criminalidade na cidade do Recife. No desenvolvimento do trabalho, inicialmente foram apresentados conceitos básicos sobre a cidade e seu processo de expansão. Em seguida, uma abordagem dos principais aspectos das teorias da Escola de Chicago. E, por fim, realizada uma breve abordagem sobre a dificuldade hermenêutica com a importação de modelos teóricos e a problemática da aplicação dessas teorias à realidade das grandes cidades brasileiras. Como conclusão, restou demonstrado que não podemos fazer uso de modelos teóricos estrangeiros sem um esforço de interpretação e contextualização a nossa realidade.