TERRORISMO: DA AÇÃO AO CONCEITO

Resumo

O presente trabalho discute a dificuldade de conceituação do terrorismo relacionando-a a estratégias de prevalência e reforço da legitimidade estatal. Para tal, parte da crítica às relações causais herméticas propostas pelo neorealismo, abrangendo a dicotomia inside/outside, a partir de Rob Walker e a análise da relação de questões segurança com a perpetuação do sistema de Estados a partir do olhar ao regionalismo e à securitização proposta pela Escola de Copenhague. Assim, aborda a inaptidão de aproximação teórico-conceitual desta problemática por parte da disciplina de Relações Internacionais, bem como pelos órgãos decisórios internacionais, como as Nações Unidas. Problemática trabalhada no sentido de expor os obstáculos a eficazes políticas de combate e profilaxia do terrorismo pela relação intricada que a legitimidade do usufruto coercitivo revela com a manutenção do status quo e, principalmente, com o ideário de ordem do “sistema de Estados”. Associado a essa questão, o debate acerca da internacionalização do terrorismo trabalha a relação da exteriorização das relações conflituosas, inserido a problemática do terrorismo nos embates ideacionais acerca da “nova ordem mundial” e das posições a serem tomadas nesta pelo Estado e por instituições subnacionais e pelo recurso à violência.